A CDU defende mais apoios para as associações em tempos de pandemia
Os vereadores do PCP na CML, João Ferreira e Ana Jara, e Marco Costa, do Partido Ecologista os Verdes, reuniram-se com a Associação Lusofonia Cultura Cidadania (ALCC) a fim de se inteirarem dos problemas dos imigrantes e do trabalho desta associação.
Nesse encontro, falou-se do trabalho da ALCC, que embora seja uma associação vocacionada para apoiar imigrantes faz um importante trabalho na freguesia de Santa Clara para toda a população, junto aos bairros onde tem a sua sede.
Durante a pandemia, fizeram o levantamento de carências sociais e alimentares, chegando a distribuir refeições a mais de 400 pessoas. Como referiu Nilzete Pacheco, uma das fundadoras e dirigente da associação, a ALCC acaba por realizar trabalho com as populações, muitas vezes substituindo-se ao Estado e à Câmara Municipal de Lisboa, sem ter os devidos apoios para o fazer.
A ALCC tem um conjunto de projetos sociais para ajudar a integração dos imigrantes e população local no mercado de trabalho e de combate às desigualdades. A associação teve uma forte intervenção em defesa das populações durante a pandemia, para além do apoio alimentar e levantamento das situações sociais mais graves, já referido, usou o seu projecto de atelier de costura para a produção de máscaras protectoras que serviram para o uso da população.
A associação queixou-se da falta de ligação da Câmara Municipal às associações que prestam serviços sociais e da ausência de apoios, a vários níveis, com que estas associações se confrontam.
A ALCC e os elementos da CDU concordaram em sublinhar o papel das associações, como mediadores sociais, que permitem que camadas da população muito carenciadas consigam um conjunto de ajudas e acesso a uma série de programas de apoio para vencerem as dificuldades com que vivem.
Os elementos da CDU defenderam que a Câmara Municipal tem de ter o movimento associativo como um interlocutor privilegiado e lembrou que foi graças a uma proposta dos vereadores do PCP que os apoios facultados durante a crise pandémica às IPSS foram alargados às associações.
Os intervenientes na reunião sublinharam a necessidade de uma acção a nível da Câmara Municipal e das juntas de freguesia para que os serviços estejam cientes dos direitos dos imigrantes e que não criem obstáculos à obtenção dos papéis necessários à sua legalização, e ainda que não obstaculizem o seu recenseamento para eleições locais.
João Ferreira lembrou que cerca de 20% da população de Lisboa não é de origem portuguesa e que é necessário que se criem condições para que possa participar no processo de decisão para pensar e construir a cidade .