Bombeiros. A CDU ao lado de quem tudo dá à cidade

“A última vez que cá estivemos era considerado uma situação temporária. Tivemos esperanças de não voltar aqui, e aqui estamos de novo”, desabafou o vereador do PCP ao subcomandante da unidade António Rodrigues. 

João Ferreira, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, visitou o quartel dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, em Benfica, e conversou com os responsáveis da unidade, bombeiros e dirigentes e activistas sindicais sobre as condições de trabalho dos soldados da paz e também sobre a falta de instalações condignas dos bombeiros lisboetas para acudirem a situações de maior gravidade.

As instalações de Benfica eram consideradas provisórias e estava prevista a sua progressiva desactivação. Contudo, neste momento, estão à espera de obras de requalificação para poderem servir a título definitivo.

“A última vez que cá estivemos era considerado uma situação temporária. Tivemos esperanças de não voltar aqui, e aqui estamos de novo”, desabafou o vereador do PCP ao subcomandante da unidade António Rodrigues.   

Grande parte dos bombeiros presentes foram transferidos do mais moderno Quartel de Sapadores, junto ao Cento Comercial Colombo, que foi demolido por ordem do executivo da Câmara Municipal de Lisboa, para permitir o alargamento do Hospital da Luz, privado. 

A medida de demolir um quartel de bombeiros, inaugurado em 2003, que tinha custado mais de 12,3 milhões de euros aos cofres da CML, para aumentar o Hospital da Luz, propriedade de um grupo privado e cujo projecto arquitectónico foi da responsabilidade do arquitecto Manuel Salgado, vereador do Urbanismo da CML, na altura da destruição do quartel, teve sempre a firme oposição dos vereadores do PCP. Os vereadores consideravam que o facto de os bombeiros terem meios e instalações modernas para as suas funções era estratégico para a segurança da cidade.

Os Bombeiros Sapadores de Lisboa encontram-se numa fase de impasse, com obras de requalificação previstas para breve em vários quartéis, como o de Benfica, dificultando que o seu contingente possa ter instalações condignas e que execute as tarefas de treino periódicas inerentes às suas funções e manutenção da sua capacidade operacional. 

Acresce que, durante as obras, o pessoal vai ter que permanecer em contentores, com as limitações e más condições que isso acarreta.

Para agravar a situação, o executivo camarário, no tempo de António Costa, evoluiu para uma doutrina de utilização dos bombeiros, em que apenas seria mantido um grande quartel e o resto dos postos seriam transformados em PSA (Posto de Socorro Avançado), só com uma viatura e um balcão. Posteriormente, verificou-se ser complicado implementar em Lisboa este tipo de dispositivo e, neste momento, a distribuição do mecanismo é considerada “híbrida”, procurando-se paulatinamente construir uma visão estratégica para o regimento que se encontra em falta.

Entraram, durante este ano de 2021, 80 novos recrutas. Mas ainda assim seriam precisos mais, dado o progressivo envelhecimento dos efectivos. A nível de chefias prevê-se uma redução importante dos elementos nos próximos quatro anos. 

Bombeiros que deram, e ainda dão, anos de vida à corporação, queixam-se das más condições remuneratórias, numa profissão que os orgulha pela entrega que dão ao resto da sociedade.

“Não só os salários são baixos. Mas o facto de grande parte deles ser constituído por subsídios que depois não são tidos em conta na reforma”, queixa-se um graduado com dezenas de anos de serviço, e que se vê na contingência de quando se reformar levar para casa pouco mais que o salário mínimo nacional, depois de uma vida de entrega e sacrifícios. “Muitos homens levam menos na reforma que receberam no primeiro salário com que entraram nos bombeiros”, queixou-se. 

João Ferreira escutou todos com atenção e garantiu que a CDU, a exemplo deste mandato, tudo fará para dar condições de dignidade no trabalho e em termos de remuneração aos homens que dão tudo pela cidade. 

 

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